quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Talvez


Talvez não passe de uma ilusão
Talvez eu não goste tanto assim de você
Talvez você nem pense em mim
Talvez nem eu nem você tenha coragem de falar
Amanhã ou depois nos esqueçamos
E nem o nome um do outro nos lembremos
Mas eu sei que te amei
Sei que  inúmeras vezes suspirei
Sei que inúmeras vezes quase chorei
Sei que inúmeras vezes te olhei
Sei que inúmeras vezes imaginei você e eu
Andando de mãos dadas por aí
Sorrindo por histórias sem sentido
Bramindo por besteiras que falamos
Correndo por vielas de mãos dadas
Chorando por saudades um do outro
Viajando por cidades sem vontade de voltar
E de repente eu volto
Pois mais uma vez eu me perdi
E me perdi mais uma vez pensando em ti
Quem sabe amanhã a coragem venha?
E talvez, talvez lembremos um do outro.
                                                                                                                        


terça-feira, 11 de junho de 2013

Dores na consciência


As vezes tenho uma dúvida cruel...
meu peito palpita e me dá um medo angustiante,
 de repente pareço ter um insight vejo um paraíso além de qualquer realidade,
 sem sofrimentos, sem amarguras, sem ninguém, que seja injustiçado,
 marginal, sem pobres, sem tristes, sem deprimidos, sem solitários... Pessoas entrando numa fila interminável, com um lindo sorriso no rosto. 
Logo a frente, homens generosos doando lentes para quem quisesse,
 lentes perfeitas, adaptáveis a todos os olhos,
 ao colocar eram invadidas por uma paz inebriante e viciante, 
e diante de si como num passe de mágica 
começam a desaparecer qualquer imagem que as machucasse.
 Mas de repente as pessoas não mais se vêem, começam a ficar cegas,
 a lente se impregna na íris, na córnea e o mundo é sorrateiramente deturpando. 
Ao andar as pessoas caem nas possas, batem nos muros e umas nas outras, 
até seus sentidos são emaranhados, 
ninguém conhece mais nada e aos poucos sequer se dão conta de que estão vivos, 
não vêem mais uns aos outros nem conseguem se dar conta de onde encontrar o que realmente precisam.
 Com gritos ensurdecedores reclamam os efeitos colaterais da lente,
 são consideravelmente vulneráveis, e quando cheios de alergias por todo corpo, 
começam a se coçar e acentuam o vermelhidão em sua pele, 
sem saber o que fazer começam a correr desesperadamente das dores que sentem,
 dores nas pernas, dores nas mãos, dores nos olhos, dor nos ouvidos.
 E como se não bastasse são constantemente invadidos por uma fadiga, 
fadiga causada por seus corpos que lutam incessantemente,
 para poder expelir a lente da qual com a mãos nos olhos não querem se desfazer,
 isso, para não voltar a realidade, cujas dores,
eram profundamente mais dolorosas em suas consciências das quais foram curados. 
E assim amanhecia e anoitecia,
 com alguns poucos se desfaziam das garras dos que lhes presentearam, 
sendo que a estes passaram a chamar depois um alto custo de:
 bem-sussedidos-a-qualquer-preço-humano. 
E outros nomes que prefiro ocultar para não ferir os ouvidos.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

O não dito


Será possível dizer impossível?
Se não somos só eu e você?
Olhando um para o outro
Será que não consegues olhar para isto?
O que é que te prende que não vês?
Por que não fechas os olhos apenas um instante?
Está claro, nos amamos.
E agora o que sentes?
Viu?
Seu coração está batendo!
Sim, ele bate...
Ele é como o meu...
Se estamos ele vive, mas longe ele chega quase a parar.
Diga-me que isso é verdade
Que não pode tão só...
Que somos dois e apenas um!
O que dissemos não faz sentido.
Ouça então...
Sim é isso...
Tum Tum... Tum Tum... Tum tum...
É bobo? Não!
Não deixe que ele pare...
Não deixe que se cale.
Não deixe que não ouça nunca mais a sua voz...
Eu sei que não é possível dizer impossível...
Se não fui compassado perdoe-me então...
Fui eu, foi algo dentro de mim, sei que preciso resolver...
Mas nada tem importância!!!
Se uma coisa apenas basta você tem o meu perdão.
Tudo o que ouvi, estou esquecendo agora...
E no fundo sei que me amava...
Não, não é impossível voltar...
Por que nesse ritmo constante
Existe algo que nos une...
Que não é apenas um sentimento
Pare e ouça a voz do coração!





segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Lembranças pra te encontrar...


"As pessoas vão
Os sonhos ficam
Restam lembranças
Marcas do que se foi
Não olho pra fora
Não vejo você
Mas aqui no fundo
Está pertinho
Se levanto olhar
Desvio de ti
Prefiro que vá
Que antes me olhar
Veja meus olhos
Vermelhos de chorar...
Talvez um dia
Andando numa praça
Passando sobre a ponte
Que no riacho se declina
Possamos nos encontrar
E ao som da cachoeira
Vier de novo amor
Que acabou sem acabar
Mas vive esperando
O momento que tanto espero
Mais uma vez eu te encontrar!"

terça-feira, 17 de julho de 2012

O tempo me fez perceber...


“Com o tempo perdi a vaidade, a timidez e um caminhão de coisas que a idade me obrigou a repensar. 
Quando as coisas simples foram as únicas que  podia fazer, as únicas opções de felicidade, foi só então que percebi que, prédios,  status, poder, roupas, pompas, são ilusões pois no fim não garantem a imortalidade, amigos e que dirá felicidade, só então que entendi com mais profundidade o que já dissera um grandiosíssimo sábio, que talvez você conheça;     
-----"BEM-AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO, PORQUE DELES É O REINO DOS CÉUS;"
Mateus 5:3 -Jesus de Nazaré
Com o tempo conheci minha fraqueza e o quanto foi inútil relutar na prepotência de um verdadeiro "Super-Homem"(que não existe), no entanto também com o tempo aumentou a dificuldade admitir que tudo o que disse não tinha sentido.
Digno de pena, é saber que tive que esperar o tempo passar para perceber que a essência do verdadeiro homem, "não está em ser servido, mas em servir" pois sei o quanto já dormi sonhando em ser servido e depois perceber que ser servido não é ser amado, mas bajulado e que sem poder acabam os bajuladores, quantas vezes tive certeza que coisas tão belas eram a face de Deus, mas Deus estava escondido onde ninguém volta o olhar. 
Quantas vezes vi a matéria como se fosse o espírito.
A quem o tempo não ajudou a ver isso, ao menos aceite experiência de um amigo, para mais tarde não sofrer pois as vezes a vida se perde por "pequenezas insignificantes" fantasiadas de "grandezas significativas"também ao ver a vida se perder com "pequenezas insignificantes" mascaradas de "grandezas significativas".” 

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Nova vida a cada vento.

Blog da imagem

Cada sonho que tenho, vejo ter um novo motivo, não por que um novo sonho é simplesmente um novo sonho, mas por que a cada novo sonho posso encontrar um novo horizonte.
Não, não fico oscilando de perspectiva pra perspectiva, mas encontro em um novo horizonte uma possibilidade mais prospera do sonho se tornar realidade.
Não, não  acredito numa distante utopia, mas acredito que a cada dia, a cada experiência que tenho, a cada erro e tropeço que por ela passo, encontro então novas trilhas que não posso trilhar, e cada ato bem sucedido a caracterização de um passo mais firme, saio do mundo das idéias e entro no mundo concreto, onde as coisas, não são perfeitas mas, possíveis, tangíveis e sensíveis.
Cada  buraco passado é sabedoria para não voltar no mesmo lugar, assim uma nova dica de um caminho que não devo andar, menos um empecilho para meu caminho.
A cada passo contrário que der longe de meu sonho, não significa o sonho mais distante, mas um acordar dum sonho platônico e ilusório, se aproximando do sonho  real, limitado, mas real, imperfeito mas tangível. 

terça-feira, 12 de junho de 2012

Amor platônico e o jogo do amor.


Blog que a imagem foi retirada.
Era um dia frio do mês de junho, de longe ele a olhava e muito embora não a conhecesse sentia seu coração sincronizar-se ao dela naquele pranto matutino, seus olhos brilhavam e faltavam poucos graus para que suas lagrimas petrificassem antes mesmo de chegarem ao queixo. Mas as lagrimas não perdiam muito calor pois a fumaça que evaporava do chocolate quente da moça não permitia, com a xícara próximo ao seus lábios, virava o rosto inclinando a cabeça, apertava as pálpebras ou olhava o vazio balançando a cabeça, enquanto ele corria a vista para aquele rostinho meigo sem perceber, o jornal que ele olhava sumiu  de sua frente diante daquela cena.
Os demais clientes do café preferiram assentar-se dentro da loja aquecida para proteger-se do frio e mesmo com leve vento que acrescentava a sensação de alguns graus a mais, a moça não se movia da mesa externa.
Como nenhum outro dia, aquele momento sob aquelas circunstancias poderia parecer uma um presente do destino, afinal, não era um dia qualquer, era dia dos namorados e por nenhum outro motivo o executivo sairia em plena quinta feira de um expediente normal, para comprar jornal se não fosse pela inspeção do corpo de bombeiros que exigiu o esvaziamento do prédio depois de um tremor suspeito.
Sem imaginar o porque de seu sofrimento se aproximou da donzela.
– Espera alguém? Perguntou-a com a primeira frase que veio à cabeça, com as mãos pronto a para puxar a cadeira.
Reclinando a cabeça para esconder suas lagrimas a moça respondeu-o prontamente.
– Por favor deixe-me sozinha.    
– Desculpe minha indiscrição, mas não pude deixar de notar, como pode uma moça tão linda em pleno dia dos namorados nesta lamúria tão triste? Tamanha graciosidade –continuou– nunca deveria estar neste frio tão solitária. Por favor deixe-me sentar, quem sabe posso ajudá-la?
Com as mãos envolvidas no calor da xícara, respondeu-o com voz baixa.
– Você não pode me ajudar. –Correu seus olhos rapidamente sobre o rapaz que a observava compadecido.
Já sentando-se ele insistia.
– Logo os bombeiros terminarão o trabalho que estão fazendo no prédio em que trabalho, eu vou ter que voltar, não sei se você vem aqui todos os dias, mas esta é a primeira vez que venho neste café, normalmente peço para ,minha secretária buscar algo para mim, então provavelmente não nos veremos novamente, se quiser, desabafe, vai lhe ajudar.
Enxugando o rosto ela sentiu-se melhor com o empresário que a olhava interessado em conhecer sua dor.
– Obrigado, normalmente as pessoas não olham para os lados, principalmente para alguém chorando.
– Mas eu olhei, aliaz não há como não notar uma moça tão linda como você.
– Você está tentando me confortar...
– Eu garanto que não, melhor dizendo, de certa forma sim, mas você é realmente vislumbraste!
Soltou a garota um sorriso pequeno. E o rapaz continuou.
– A propósito, João Paulo. Estendeu a mão para comprimenta-la.
– Karine.
– Muito prazer Karine, conte-me, o que te faz tão triste?
– Esse deveria ser um dia muito especial pra mim...
– E por que não está sendo? Não agüentava o homem de curiosidade.
–Era agosto, e minha família tinha ido passar uns dias na fazenda de um colega, meu pai estava de férias e como não podíamos viajar por causa de minhas aulas e de minha mãe que também trabalhava, faltei uns três dias na escola e minha mãe pediu um pequeno recesso,  foi apenas uma semana, mas o suficiente pra tudo começar...
– Foi aqui mesmo? Interrompeu ele.
–Não, em Goiás.
– A sim, continue.
– A fazenda era linda, tinha uma plantação de ipês-amarelos muito grande e estava na época da floração, como eram uma família tradicional, as arvores plantadas por seu avô ainda jovem eram um patrimônio a mais da fazenda, a paisagem toda amarela era como estar num mar de ouro pintado pelo criador. Nos fundos passava um rio de água cristalina, era um verdadeiro paraíso, podiam-se ver os peixes por sobre as pedras e alguns galhos que caíram na água. Por volta das dezoito horas, meus resolvemos ir pescar, eu já conhecia o filho dos donos de vista, mas ainda não tinha conversado. Ao chegarmos no riacho ele me convidou a segui-lo pois queria me mostrar algo, subimos um pouco, eu ainda não tinha visto, então ele me levou a cachoeira, não era muito grande, tinha apenas uns três metros de altura e uns dois de largura, com algumas falhas entre elas, foi engraçado, ele me perguntou-me se já tinha visto algo assim, eu respondi que não, “não existe isso na selva de pedras onde eu moro”, ele sorriu, e não demorou muito para que começasse a gostar dele, mas não aconteceu nada, então completou-se o tempo de nossa estadia e tivemos que voltar, tentava não pensar mas era impossível, aquele Oasis no ano em que a escola estava mais difícil, já concluindo o ensino médio, lembrar das férias improvisadas era lembrar dele também e pra minha surpresa depois de uma semana que voltamos ele ligou para falar comigo, e assim ficamos conversando pelo telefone, ele mandava presentes, certa vez chegou até a comprar flores naturais através de um site que tinha sede aqui na cidade, e o tempo foi passando, e quando completavam-se nove meses que conversávamos ele veio me visitar, eu não acreditei quando o vi, estava na faculdade e era intervalo, de repente, minhas amigas levantaram-se e me deixaram sozinhas na mesa, não entendi nada até que um garçom se aproximou e entregou-me um bilhete, ao abrir fiquei mais pasmada ainda, era um pedido de namoro, olhei para os ladas não via ninguém quando me virei rumo a porta, lá estava ele, com um buque nas mãos e vindo em minha direção, não tinha quem não olhasse, foi incrível, então começamos a namorar, ele mudou-se pra cá e transferiu a matricula da universidade, pra resumir a estória nos apaixonamos, ele não foi meu primeiro namorado mas foi o que mais marcou, não ficávamos um dia sem nos ver, quando ele estava muito ocupado, apenas o via quando passava para me levar a faculdade, mas o final de semana já tinha programação, nós dois juntos, não tinha o que não quisesse que ele não buscasse para me dar ou me presenteasse, nossos gostos mais pareciam um cardápio, com as mesmas receitas e mesmas singularidades. Então, a cerca de um ano atrás, no aniversário de nosso namoro ele pediu-me em casamento, mas eu não preciso nem dizer qual foi minha resposta.
– Não mesmo. Disse o rapaz envolvido na estória.
– Tudo começou quando decidimos construir nossa casa, eu tinha pensado num modelo, e inclusive paguei o arquiteto para desenhar a planta, não queria obriga-lo, apenas levei minha idéia, mas a rusticidade dele parecia não condizer com a pessoa que havia conhecido a três anos antes. Desde então, ele não mais me tratava da mesma forma, pereceu mudar tanto que nem das mesmas coisas ele gostava mais. Restavam um mês para nosso casamento, quando marcamos, pensamos em programar para hoje mas a casa não estaria pronta a tempo e adiamos em um mês. Hoje cedinho não agüentei esperá-lo e resolvi ligar, mas não atendia, peguei meu carro e resolvi fazer surpresa pra ele, fui até seu apartamento estacionei meu carro, e fui até a portaria falar para o porteiro que não avisasse a ele, eu estava com seu presente na mão mas nem ligaria se ele não tivesse comprado ainda, foi aí que meu mundo desabou, ao avisar o porteiro tive a chocante notícia; “Ele disse que estava saindo de viagem e voltaria dentro de dois ou três dias”. E não acreditava no que tinha ouvido, não era só o dia dos namorados, era o aniverssário de dois anos de namoro, e ele tinha viajado sem sequer avisar. Minha vontade era jogar aqule presente no lixo na mesma hora, mas me agüentei, quem sabe poderia ser alguma coisa com sua família, então tentei ligar para ele mais uma vez já no carro, ele atendeu dessa vez, deu-me bom dia e perguntou por que ligava tão cedo, era por volta das seis e trinta da manhã, eu fiquei sem resposta, ele me chamou novamente pelo nome mas desliguei e comecei a chorar, não podia acreditar que ele esquecera de um dia tão especial. Ele ligou-me de volta, mas eu desabei, falei o quanto estava chateada, mas foi pior, ao invés de se desculpar me disse que tinha coisas mais graves pra resolver do que o dia dos namorados, ou seja, não se lembrava de nosso aniversário, uma das fazendas de seus pais pareciam ter incendiado e eu o compreendo, mas tratar nossa relação dessa forma não tinha sentido? Eu não suportei e rompi com ele mesmo por telefone, e agora estou aqui chorando, feito uma boba contando esta estória para um cara que nem conheço e tomando um chocolate que em nada muda minha situação. – Voltando a chorar ela fechou os olhos e continuou–  Desculpe, se me prolonguei, você já deve estar enjoado.
– Você não precisa, se desculpar, sabe Karine, o amor é um mistério, principalmente o amor de namorados, na verdade é quase um jogo, você começa sem saber direito se vai ganhar ou perder, é uma aposta cara cujo preço só o coração sabe o valor, as vezes não sabemos jogar e pensamos que o blefe é a solução para conseguirmos o que queremos, o problema desse jogo é que isso custa quase tudo o que o outro jogador tem. E sabe o que é pior, nem sempre sabemos que estamos blefando, ou melhor, não sabemos que custará tão cara uma coisa que parecia tão simples, e no final os dois vão sair perdendo. Não foi só você que apostou nesse jogo, ele também apostou, não posso dizer que você não tenha blefado também, mas logo vê-se que quem fez o maio blefe foi ele. No começo das apostas ele apostou o que não tinha para vencer, depois e você aceitou a aposta, ele não conseguiu sustentar pois não se dá o que não tem.
– Eu não estou entendo o que você está querendo me dizer – replicou a moça confusa fitando o executivo.
– Você não deve chorar, pelo contrário deve ficar feliz, sei que frustrou suas expectativas sobre seus planos e sobre ele, mas perceba que se vocês tivessem casado seria pior, o que normalmente acontece. O homem ou mesmo a mulher na hora da conquista mentem e criam situações que em nada representa o que eles são realmente, para poder conquistar o amor e como eu disse anteriormente as vezes nem percebem o perigo de se jogar assim, talvez ele não tenha feito por intenção, mas essa cara metade que você conheceu não era realmente ele, isso fica difícil medir, a que ponto foi original ou astuto.
– Eu não acredito que ele era tão estúpido como vinha me tratando. Ele mudou, não é possível que tenha sido tão falso. –Karine negava-se em acreditar que fosse assim.
– Talvez o nome dado a isso seja um amor platônico, em que você via nele algo que ele não era e ele fazia o possível apara ser aquilo que você desejava, e mais uma vez repito talvez não haja má intenção nele, ele se esforçou, mas a cada vez que ele negava-se, jogava um pouco de “entulho”, até que seu “paiol” não suportou mais. Pode ser que exista algo a mais, mas quase sempre isso acontece, não trata-se tudo de você mas dele, depois de um tempo, tudo aquilo que ele tinha negado de ser, voltou-se como raiva, ele podia ter sido mais original, mas talvez você não gostasse dele, me responda, você gostaria de um namorado estúpido?
– É lógico que não.
–  Aí é que está o xis da questão, não existe alguém que seja tão perfeito assim, mas ele provavelmente deduziu que você não suportaria, lembrando que isso é só uma suposição, não sei se esse é o real motivo dele ser assim, mas em partes isso é inegável, todos fantasiamos um pouco para agradar o outro, até que esse “paiol” não agüenta mais tanta negação, e ele passou tanto tempo sem trabalhar-se sobre quem ele realmente era que ele não cresceu neste período, ele talvez tenha aprendido que quem ele era não era bom.
– Entendo, você acha então que não existe mais chance entre nós dois, porquê, francamente, se ele realmente é assim, pra mim chega.
– Ele não é nem só bom nem só ruim, o que aconteceu com ele e talvez com você também, é que vocês dois frustraram vocês mesmo em busca de serem pessoas ideais, você precisa ver que existem defeitos e falhas nele, também existem em você de outra forma, o fato de ele ter estresse por algum motivo, não significa que ele precisa descontar em você. E agora linda, você amadureceu mais, sabe que ele tem defeitos, pode melhorar em muita coisa, como dar mais atenção a você e pensar na dinâmica de uma vida a dois, assim como você precisa perceber que existem defeitos em você que talvez ele não suporte, os dois precisam melhorar mas cientes de que não vivem num conto de fadas.
– Eu não tinha pensado dessa forma, então mas é difícil pensar nele assim.
– Nesse jogo Karine, você tem quatro opções, ou você aposta e corre o risco de ser feliz com ele, sem blefar, mas com dificuldades, ou você aposta blefando e perde uma hora o jogo, ou você não joga e fica como está, feliz ou não, ou então parte pra outro jogo, mas te advirto uma coisa, em outro jogo você vai correr os mesmos riscos, e mesmo que ninguém blefe, o jogo terá altos e baixos. Pois não existe alguém tão perfeito assim, se está perfeito talvez falte sinceridade. O jogo perfeito neste caso é aquele que todos sabem que nenhum dos jogadores é tão bom assim, mas aceitam jogar com ele porque no final todos saíram ganhando.
– Você falou tanta coisa que nem sei se conseguirei lembrar.
–Talvez não se lembre, mas esse jogo quem faz as regras são vocês mesmos, o importante é que haja sinceridade.
Depois da longa conversa com o rapaz, a moça não mais chorava, mas ficou admirada com a dedicação do rapaz em ajudá-la assim como sua disposição em ser sincero.
Depois de muito diálogo, ela decidiu romper definitivamente com o rapaz, pois percebeu que na verdade o casamento não era prioridade para ele, nem ela estava disposta a deixar seus estudo ou a cidade para morar na fazenda com ele, afinal não tinham casado e essa renúncia não acreditava que valeria apena pela forma que já andava a relação dos dois.
Então o café passou a se tornar um dos lugares preferidos para ela, já o empresário não mandava mais sua secretária buscar o que comer, ele mesmo descia e quando não os dois almoçavam juntos.
Essa estória não tem final aqui, mas os agora namorados sonham em se casar, num jogo sincero, de parceria, diálogo, respeito, compreensão e crescimento mútuo.
E pra você que hoje namora ou sonha em encontrar alguém para dividir seus sonhos, um feliz dia dos namorados, e um jogo honesto e sincero!!!